Tipos de memórias e as possibilidades de redução dos danos de doenças como o Alzheimer

Descubra como manter a memória funcionando bem

O que basicamente é a memória? A neurociência a define como o armazenamento de informações em circuitos neurais, com influência no funcionamento do cérebro após a fixação na mente. Em tempos de correria, estresse e sensação de que “tudo está rápido demais” (um reflexo do excesso de informação, do uso de telas e das demandas cotidianas, cada vez mais exigentes), cada vez mais pessoas reclamam de problemas com a memória, em maior ou menor grau.

Por isso, falamos hoje sobre como é possível trabalhar a memória para mantê-la saudável.

Para agregar qualidade de vida à memória, é preciso adquirir hábitos saudáveis como exercícios físicos e boa alimentação. Dormir bem, trabalhar a própria interação intelectual e interagir socialmente também são aspectos importantes. É imprescindível exercitar o cérebro para que ele se mantenha sempre ativo e com boa performance em qualquer habilidade cognitiva como, por exemplo, a memória, a concentração, o raciocínio e a criatividade.

O objetivo desse “exercício” é tirar o cérebro da zona de conforto. Com isso, criar novas conexões entre os neurônios, de modo que o cérebro fique mais forte e tenha uma boa capacidade cognitiva. Afinal, a ciência já provou que o cérebro tem plasticidade. Ou seja, pode se modificar de acordo com estímulos.

Tipos de memórias

A memória pode ser dividida em categorias – cada uma com sua responsabilidade e funções cerebrais. Porém, todas podem ser desenvolvidas com exercícios que demandem novidades, variedades e desafios crescentes. Abaixo, você conhece os tipos de memória:

1. De curto prazo

Ela retém a informação por menos tempo. Dentro dela, temos a memória imediata, que retém a informação assim que percebida; e a memória de trabalho, que está relacionada à manutenção temporária e ao processamento da informação durante as tarefas, por exemplo, em cálculos mentais simultâneos.

2. De longo prazo

Essa memória retém as recordações da vida. Neste caso, temos a memória declarativa: lembranças que fazem parte dos fatores que a pessoa consegue contar. Este é o ponto ao qual queremos chegar. As perdas das memórias declarativas são comuns durante o envelhecimento e podem estar relacionadas a quando uma pessoa passa a dar menos atenção a fatos corriqueiros. Este ponto pode ser um sinal de que está havendo perda de memória.

Paralelamente a isso, a perda dessa memória pode estar associada a doenças como estresse crônico, depressão e/ou as demências, principalmente, o Alzheimer.

Temos ainda a memória não declarativa, que são memórias que não podem ser contadas ou ensinadas oralmente: a semântica, que envolve os conhecimentos organizados do mundo; e a episódica, que é a memória autobiográfica sobre os acontecimentos da vida.

Alzheimer e memória

O Alzheimer é uma condição multifatorial, cuja prevenção deve consistir no cuidado com a saúde em geral, incluindo o controle de doenças como diabetes, obesidade e hipertensão. Também, na manutenção de hábitos mais saudáveis como atividades físicas e alimentação equilibrada.

Com o corpo mais saudável, vem a importância de monitorar o desempenho das habilidades mentais. Para isso, é fundamental a prática de ginásticas para o cérebro e o emprego de estratégias de memórias e estímulos cognitivos para prevenir ou postergar os sintomas da doença.

Ao estimular a neuroplasticidade cerebral, é possível desenvolver uma melhor reserva cognitiva. A leitura e os estudos são fundamentais tanto para prevenir o Alzheimer quanto para tratá-lo. Tudo isso faz com que o cérebro resista melhor aos danos causados pelo próprio envelhecimento e também pelo Alzheimer.

Reabilitação

Além da prevenção, hoje em dia, existem tratamentos de reabilitação contra o Alzheimer. A reabilitação consiste em encontrar funcionalidades do cérebro que ainda estão preservadas apesar da doença.

Assim, proporciona-se uma melhor qualidade de vida tanto para o paciente quanto para a família, que passa a ter novas expectativas sobre a saúde mental do ente querido. O sofrimento de todos é, com isso, amenizado. O que temos, então, é um grande avanço no mapeamento do cérebro para trabalhar com o que ainda não foi afetado pela doença, resgatando parte da capacidade cognitiva. A ciência tem apresentado algumas terapias efetivas para a reabilitação de pacientes com Alzheimer. Uma delas você confere a seguir:

Terapia de reminiscência

Esse tratamento é baseado na recuperação das memórias do passado, ou memórias autobiográficas. O foco está nas experiências positivas, permitindo uma continuidade entre o passado e o presente, revivendo fatos agradáveis, conquistas e situações felizes. A ciência explica que relembrar vivências positivas pode ser benéfico e pode manter o paciente em contato com sua própria identidade. As estratégias usadas na terapia de reminiscência são inúmeras. A maioria é feita no consultório com a ajuda da neuropsicologia. No entanto, alguns exercícios podem ser feitos em casa pela própria família. São eles:

1. O uso dos sentidos (cheiro, sons, movimentos e imagens);

2. Atividades em família (relembrando músicas, poemas e histórias do passado);

3. Caixas de memórias (com fotos antigas, objetos de apego emocional, receitas, bilhetes, etc);

4. Livros de memórias (com histórias antigas e mais recentes para interação com familiares).

Outras terapias estão sendo apresentadas pela neurociência a cada dia. Entre em contato conosco e saiba mais a respeito.