Terapia que recupera a memória: o que você precisa saber?

Neuropsicologia e terapia cognitiva comportamental podem atuar juntas

São cada vez mais comuns as queixas de profissionais ativos no mercado de trabalho sobre a perda de memória. Desde pequenos lapsos até situações que podem comprometer o desempenho das atividades profissionais. E as razões são diversas: estresse, ansiedade, depressão, traumas físicos e psíquicos, covid longa ou aspectos genéticos. Muitos fatores podem impactar a memória.

A memória é um campo complexo para a ciência e a neuropsicologia. Talvez pelo mesmo motivo, esse universo seja tão fascinante para todos os estudiosos da área. É impressionante como a nossa mente pode armazenar e acessar memórias, que ficam alojadas em partes específicas do cérebro (córtex e hipocampo). Diversas estruturas cerebrais participam desse processo.

O que se sabe é que a memória é fortalecida por meio da prática. Exercícios que auxiliam a capacidade são excelentes para a prevenção contra o declínio cognitivo, evitando adversidades como a própria demência.

Mas, a boa notícia é que existe uma gama de terapias e ferramentas para essa finalidade. E você pode se perguntar: é possível recuperar a memória mesmo quando o problema já existe?

E a resposta é: sim! É possível recuperar a capacidade da memória ou parte dela, para que uma pessoa tenha mais atenção quanto às tarefas cotidianas. As terapias que recuperam a memória beneficiam profissionais ativos, jovens, adultos e idosos. Existe uma série de tratamentos e exercícios cognitivos para que isso aconteça, com destaque aos benefícios da neuropsicologia e da terapia cognitiva comportamental.

Mas, antes, conheça abaixo um poco sobre alguns tipos de memória:

Memória sensorial e operacional

A memória sensorial diz respeito à capacidade de retenção das informações que chegam até as pessoas por meio dos sentidos. Ela pode estar presente em qualquer um dos cinco, sendo representada da seguinte maneira: memória visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa.

Já a memória operacional tem como papel armazenar e manipular a informação durante um período de tempo. Ela é um dos componentes da função executiva do cérebro e pode ser treinada, melhorando muito a qualidade de vida das pessoas, dentro e fora do mercado de trabalho.

Memória de curto e longo prazo

Quando uma informação é relevante, ela é automaticamente encaminhada da memória sensorial para a de curto prazo. Aqui, são processadas cerca de sete informações, simultaneamente, dentro de 30 segundos. As que forem consideradas relevantes são encaminhadas para outro tipo de armazenamento. As demais, são “descartadas”. Vamos dizer que o cérebro é estrategicamente seletivo.

As informações mais relevantes passam de curto prazo para um novo armazenamento: o de longo prazo. Nessa etapa, tudo o que é recebido passa a ser classificado, arquivado e ordenado. O sistema de categorização, neste caso, é o seguinte:

1. Memória semântica: ideias, conceitos e significados;

2. Memória episódica: resgate de experiências;

3. Memória operacional: realização de tarefas.

Obviamente, este é só um resumo a respeito do assunto. Mais adiante, vamos aprofundar o assunto.

Reabilitação da memória operacional

Por meio da neuropsicologia para a reabilitação cognitiva, podemos fortalecer e recuperar funções da memória que haviam sido perdidas. A memória operacional diz respeito às atividades cotidianas e é uma das mais importantes para as pessoas. Por exemplo, lembrar de desligar o fogão, buscar o filho na escola, tomar as medicações para um determinado tratamento, realizar as tarefas profissionais, entre outros.

Ou seja, a terapia cognitiva comportamental ajuda a pessoa a reorganizar etapas, de modo que as informações sejam compiladas conforme o seu grau de prioridade. Tudo, por meio de exercícios práticos capazes de impactar a memória. A memória deve ser sempre ressignificada.

NeuronUp

O NeuronUp, pela qual somos licenciados, é uma ferramenta utilizada por neuropsicólogos para a reabilitação cognitiva assistida da memória. É possível aplicar técnicas específicas para o resgate da capacidade e a melhora das atividades práticas operacionais.

Trata-se de um sistema abrangente e sofisticado que auxilia o terapeuta na reabilitação de distúrbios cognitivos, os quais podem afetar aspectos específicos de atenção, concentração, memória, percepção e atividades cotidianas.

Com o tratamento, ao executar suas tarefas, a pessoa tem seus processos e funções cerebrais ativados para a melhora ou restauração da capacidade. Dessa maneira, o paciente estará mais apto a enfrentar os desafios do dia a dia. Os módulos de treinamentos que podem ser ativados com base em uma avaliação cognitiva.

O software dessa ferramenta possui cerca de 30 módulos e atende em cerca de 27 línguas, para que a pessoa trabalhe seu idioma materno. Ele é adaptável e muda o grau de dificuldade conforme o paciente melhora o desempenho. Todo o treinamento com o NeuronUp é acompanhado por nós, tanto na clínica quanto na casa do paciente.

Terapia cognitiva comportamental

A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) também contribui para a recuperação da memória. Ela pode ser aplicada a profissionais dos maios variados cargos e níveis, do operacional à diretoria e presidência, passando por gerentes e líderes.

É uma estratégia focada na prática, que pode auxiliar no cotidiano profissional, pois reorganiza as etapas e as informações. Por isso, beneficia desde pessoas com lapsos pontuais de memória até aquelas que sentem sua rotina prejudicada.

Existem comprovações científicas e empíricas da TCC. Isso significa que os pacientes percebem uma melhora de sua memória quando se realiza o resgate terapêutico dos traumas trabalhados nas sessões, já que, muitas vezes, os traumas se entrelaçam com eventos passados.

A terapia cognitiva comportamental baseia-se em crenças. Essa abordagem entende que um comportamento é uma resposta a uma crença sobre como se comportar frente a um estímulo. Por isso, ela trabalha com exercícios práticos que impactam a memória. Quando uma crença muda, a pessoa passa a pensar de forma diferente, pois ressignifica a memória e passa a interpretar um fato passado de maneira mais positiva.

Outras opções

Além dessas terapias que reabilitam a memória, a ciência oferece algumas outras opções. A própria hipnose é uma maneira de resgatar a memória, pois leva a pessoa a voltar ao momento em que a memória foi perdida.

Atualmente, também, neurologistas do mundo todo estudam medicações alucinógenas que levam os pacientes a reviverem momentos do passado e, com isso, reativarem a memória. Entretanto, esta é uma alternativa ainda bastante nova, ainda não utilizada em larga escala.

Mas, se você está sentindo que sua memória está prejudicada, tendo desde pequenos esquecimentos até episódios que prejudicam seu desempenho nas atividades cotidianas e profissionais, não deixe para depois. Procure um neuropsicólogo. Quanto antes for realizado um diagnóstico, melhores as chances de recuperação.